GONÇALO BYRNE ARQUITECTOS

Lisbon, Portugal

2008-2012

 
 

Coauthor: Barbas Lopes Arquitectos

 

Photos: Daniel Malhão

Thalia Theatre

The Thalia Theatre dates from 1840s and it was built for the eccentric aristocrat Count of Farrobo as his private venue to perform theatre and opera shows and to throw extravagant parties for his own enjoyment, in the gardens of his palace at the outskirts of Lisbon. In those years, the area was scarcely occupied by palaces and adjacent gardens and farms whereas today it oscillates between a consolidated fabric along Estrada das Laranjeiras and the gardens of Lisbon’s Zoo.

In 1862, a fire burned down the building with all its luxurious decoration of gilded wood, mirrors, and chandeliers. By then, Count of Farrobo was already facing financial difficulties, preventing him from restoring the theatre which remained in ruins until 2008 when the Portuguese Ministry of Education and Science decided to commission a study to transform the ruined building into a multipurpose space.

The design combines old and new into a new urban complex, establishing different relations with the nearby zoo and the city fabric through the creation of a permeable public square that links these two different urban contexts, but also by adding a new glazed wing that breaks the apparent symmetry of the classical composition and projects the building out to the street with a curtain-like façade of glass panes that mirrors the pulsar of the city, its rhythms and movements.

 
 

Português

O Teatro Thalia foi inaugurado em 1843, pelo Conde de Farrobo. Ficava nos arredores da Lisboa do séc. XIX, em frente ao palácio e jardins da antiga Quinta das Laranjeiras. Amante das artes, o Conde de Farrobo usou o edifício para mostrar teatro e ópera aos seus amigos. E, também, para organizar festas extravagantes, entre luxos aristocráticos e membros da corte. Em 1862, um incêndio destruiu o edifício e toda a sua decoração exuberante em talha, espelhos e lustres.

Durante quase 150 anos, o Teatro Thalia ficou em ruínas. Enquanto Lisboa se espraiou até ele, o Jardim Zoológico foi para os terrenos da antiga Quinta das Laranjeiras. Em 2008, o Ministério da Educação e Ciência encomendou um estudo para reconverter o Teatro Thalia num espaço polivalente.    

Para consolidar as paredes existentes, em risco de colapso, o exterior foi coberto por betão desactivado. As ruínas serviram como cofragem perdida, enquanto a pele de betão reconstruiu os volumes originais da plateia e da cena do teatro. No interior, a ruína foi deixada intacta, com as marcas do tempo que passou. De resto, infraestruturas mínimas criam uma arena que pode ser adaptada a vários usos: exposições, conferências, recepções, concertos ou mesmo representações cénicas.

Um corpo novo, de um só piso, recebe o programa de apoio: portaria, serviços e cafetaria. Este pavilhão envidraçado confina uma pequena praça nas traseiras do edifício e serve de moldura à construção primitiva do Teatro Thalia. Por outro lado, faz frente de cidade para a Estrada das Laranjeiras. Os painéis de vidro do pavilhão espelham, com reflexos dourados, o que está em seu redor.

A reabilitação do Teatro Thalia combina as partes novas e antigas do edifício num lugar urbano com vistas para o Jardim Zoológico. O projecto devolve a presença do passado como um espaço para a fantasia, a imaginação e a vida na cidade.