GONÇALO BYRNE ARQUITECTOS
 

Lisbon, Portugal

1972-1979

 
 

Coauthor: António Reis Cabrita

 

Photos: Daniel Malhão

“The Pink Panther” Social Housing

The collective social housing “The Pink Panther” was built under the Brutalist sign and the direct influences of other mega-structures such as “Park Hill” designed by Jack Lynn and Ivor Smith (1957 -1961), “Gallaratese” designed by Aldo Rossi and Carlo Aymonino (1967 -1974), “Robin Hood Gardens” designed by Alison & Peter Smithson (1968-1972) and “Runcorn” designed by James Stirling (1972 -1977), remaining, unlike most of the others, in use until today.

The design proposed to rethink the urban planning by that time, creating a homogeneous structure able to accept repetition and to stimulate a more urban life, with blocks with commerce at the ground floor, and residential apartments at the other levels.

The layout of the buildings starts from the idea of creating a sequence of spaces through several structuring urban elements: street, square, block, internal street and passageways between buildings. The central square opens onto the street, acting as a transitional space around which the buildings are displayed in order to reduce the street’s noise and presence whereas the buildings’ corners are cut according to the diagonals of the square, in order to route the space to the inner street, while in its turn the other diagonal fits a visual alignment to the outer urban space.

 
 

Português

 

A habitação social colectiva conhecida como “Pantera Cor-de-Rosa” foi construída sob o signo brutalista e as influências directas de outras megaestruturas como “Park Hill”, projectado por Jack Lynn e Ivor Smith (1957 -1961); “Gallaratese”, desenhado por Aldo Rossi e Carlo Aymonino (1967 -1974); “Robin Hood Gardens”, desenhado por Alison & Peter Smithson (1968-1972) e “Runcorn”, desenhado por James Stirling (1972 -1977), permanecendo, ao contrário da maioria destes, em utilização até aos dias de hoje. 

Mais do que a elevação de um conjunto de edifícios, o projecto procurava constituir uma alternativa às soluções urbanas adoptadas no plano de Chelas, em que o papel, que cabia à arquitectura, se limitava ao mero preenchimento dos espaços residuais resultantes do traçado das vias. Precedido por um período de debate e desenho colectivo em torno de um esquema-base e das ideias sobre concretização das formas e espaços urbanos quanto ao desenho dos edifícios, à sua relação com o esquema viário, o estacionamento e os percursos de peões, o projecto propôs repensar a forma de “fazer cidade” procurando criar uma estrutura urbana homogénea, capaz de aceitar a repetição, e onde o próprio edificado agisse como entidade catalisadora dos factores de urbanidade.

A implantação dos edifícios parte da ideia de criar uma sequência de espaços através de elementos urbanos estruturantes: circulação viária, praça, quarteirão, rua interior pedonal e pontes de ligação entre edifícios. A praça central, em torno da qual se articulam os edifícios, relaciona-se com a circulação viária, agindo como espaço de transição, de absorção da presença exterior, em que os edifícios, que a definem, reflectem, igualmente, esse cariz. O corte nos topos dos edifícios, segundo a diagonal da praça, pretende, por sua vez, canalizar o espaço para a rua interior, enquanto a mesma marcação na outra diagonal enquadra um enfiamento visual afecto ao espaço urbano exterior.