GONÇALO BYRNE ARQUITECTOS
 

Coimbra, portugal

2004-2006

 
 

Coauthor: José Laranjeira (Oficina Ideias em Linha)

 

Photos: Fernando Guerra FG+SG Photography

West Entrance of the Mondego Green Park

Within the scope of the Polis program for the city of Coimbra and the Detailed Plans for the Parque Verde do Mondego and the Portagem / Av. João das Regras Axis, was established the need to qualify and revitalize the area formerly known as “Terreiro de Santa Clara,” (Santa Clara Yard) “which mediated between the Monastery of Santa Clara and the River Mondego” (A. de Vasconcelos), through the creation of a garden of historical evocation that would also allow the connection between the left bank of the river and the Mondego Green Park, located on the other bank.

In the process of “domesticating” the river flow, with the construction of the Aguieira dam and a flood control and protection system, the yard was sectioned, becoming a residual space, where the Monastery of Santa Clara, partially buried, confirmed the abandonment to which this whole area was voted. The archaeological campaigns and the works of consolidation and drainage of the last years finally allowed uncovering the Monastery, whose protection of the surrounding area led to the creation of a slope/dyke as part of the garden design.

The apparently simple garden design departs of the definition of a stone platform that marks the entrance to the park and simulates the old image of the Monastery located on a lower level flanked by an immense water plane. From this platform, the main walkway rises at the crest of the slope/dyke, which allows the observation of the interior of the Monastery from a high elevation. In turn, when looking from there towards the historic centre of the city of Coimbra, the walkway allows attenuating the intense movement of Avenue Inês de Castro, directing one’s gaze towards the image of the acropolis of Coimbra.

The remaining pathways are also framed by singular moments in the city landscape, privileging points that, for different reasons, used to remain hidden or barely visible, establishing both pedestrian and visual connections, further reinforced by the alignment and crown of tree species. Between the paths appear green surfaces of grass, occasionally dotted with bushes in situations where it was intended to condition the access of visitors.

The western entrance to the Mondego Green Park is made through a tunnel with 5.00 m wide, 2.50 m high and an extension of approximately 27.50 m. The tunnel walls are covered with a metal structure supporting high-strength glass panels, which hide the lighting system. The glass itself has a high resistance, but also the characteristic of being easily washable and easy to remove paintings and graffiti. The two-level lighting (one for the day, one for the night) aims to create comfort and safety on the tunnel.

 
 

Português

No âmbito do programa Polis para a cidade de Coimbra e dos Planos de Pormenor do Parque Verde do Mondego e do eixo Portagem / Av. João das Regras, fixou-se a necessidade de requalificar e revitalizar a área outrora apelidada de “Terreiro de Santa Clara”, “que mediava entre o mosteiro de santa Clara e o rio Mondego” (A. de Vasconcelos), através da criação de um jardim de evocação histórica que permitisse, igualmente, efectuar a ligação entre a margem esquerda do rio e o Parque Verde do Mondego, situado na outra margem. 

No processo de “domesticação” do curso do rio, com a construção da barragem da Aguieira e de um sistema de controlo e protecção de cheias, o terreiro foi seccionado, tornando-se num espaço residual, onde o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, parcialmente soterrado, confirmava o abandono a que toda essa área ficou votada. As campanhas arqueológicas e os trabalhos de consolidação e drenagem dos últimos anos permitiram, finalmente, pôr a descoberto o Mosteiro, cuja protecção da área circundante levou à criação de um talude/dique integrante do desenho do jardim. 

Este, aparentemente simples, parte da definição de uma plataforma em pedra que marca a entrada do parque e simula a imagem antiga do Mosteiro situado a uma cota inferior ladeado por um imenso plano de água. Desta plataforma, nasce o passadiço principal na crista do talude/dique, que possibilita a observação do interior do Mosteiro a partir de uma cota elevada. Por sua vez, ao olhar-se a partir deste em direcção ao centro histórico da cidade de Coimbra, o passadiço permite atenuar o intenso movimento da Av. Inês de Castro, direccionando o olhar para a imagem da acrópole da alta coimbrã. 

Os restantes percursos surgem, igualmente, enquadrados por momentos singulares da paisagem da cidade, privilegiando pontos que, por diferentes razões, permaneciam pouco visíveis ou ocultos, estabelecendo tanto ligações pedonais, como visuais, reforçadas ainda pelo alinhamento e pela copa de espécies arbóreas. Entre os percursos surgem superfícies verdes de relva, pontualmente salpicadas por arbustos nas situações onde se pretendeu condicionar o acesso dos visitantes.

A entrada Poente do Parque Verde do Mondego faz-se através de um túnel com 5,00 m de largura, 2,50 m de altura e uma extensão, aproximadamente, de 27,50 m. As paredes do túnel são revestidas com uma estrutura metálica de suporte a painéis de vidro de elevada resistência, que ocultam o sistema de iluminação. O vidro tem por si só uma elevada resistência, mas também a característica de ser facilmente lavável e de fácil remoção de pinturas e graffiti. A iluminação com dois níveis (um para durante o dia, outro para a noite) visa criar conforto e segurança no percurso em túnel.