GONÇALO BYRNE ARQUITECTOS
 

LISBON, PORTUGAL

2005-2010

 
 

Photos: João Morgado

EPAL Laboratory Complex (Lisbon Water Supply Company)

Situated at the main complex of the Lisbon Water Supply Company in Olivais, the new laboratory occupies a vacant plot constrained by the different altimetric platforms and the preexistent elements. Two reservoirs, facing Infante D. Henrique Avenue and the Pumping Station, are located on the highest platform. The terrain then descends and, following the west direction, are drawn the two lower and larger platforms, separated by the hill of the Pumping Station. The entrance of the complex is through Berlim Avenue at the lower level, on the edge of the transition to the intermediate one.           

The new laboratory occupies the southeastern of the lower platform whereas the topography, the program, and the plot’s form and limits define its two-story volume. The design follows the logic concerning the laboratory activity. A central core, containing all the elements of circulation, infrastructures and enclosed spaces, frees the space around the perimeter of the building allowing to locate the main spaces around the four façades enjoying natural light and view. In turn, the spaces assigned to support the laboratory activities, including the parking for vehicles transporting daily samples for analysis, are located on the basement floor. The trajectory of the analysis of the water samples determines the succession of spaces and the program’s articulation. The samples are delivered on arrival and then run through the other sectors, where they undertake the necessary qualitative assessments. Besides this process, the laboratory also tests the samples in particular materials, with a primary emphasis on human consumption. Each activity sets programmatically the specific requirements for the occupation of space. However, common features may be found regarding the proximity and distance between different spaces, the thermal quality and brightness, the level of disinfection in the immediate and surrounding area, and the control and accessibility of people and materials. 

The dense and concentrated nature of the building results from the optimization of the program, which obliged to a spatial distribution based on functional interdependence. In the interior are defined four peripheral bodies whose dimensions result from the modulation stipulated according to the layout of the standard laboratory. The horizontal circulation, generous in width to allow the movement of trolleys and people in both directions, extends to the façade separating these bodies from the interiorized volume, where are located the spaces that do not require direct natural light.

The building intermittently contacts with the exterior, in its double skin, resulting from the need to control the brightness of the façade planes, ensured through occlusion systems and careful specification of glass, which will have different options depending on the sun exposure allowed.

 
 

Português

Situado no complexo principal da Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL), nos Olivais, o novo laboratório ocupa um terreno vago limitado pelas diferentes plataformas altimétricas e pelos elementos preexistentes. Os dois reservatórios, confrontando com a Avenida Infante D. Henrique e a Estação Elevatória, estabelecem-se na plataforma mais elevada. A norte e a sul de cada um dos reservatórios, o terreno desce o correspondente a um piso e, acompanhando o sentido poente, desenham-se as duas plataformas mais baixas e de maior dimensão, separadas pela colina da Estação Elevatória. O terreno do laboratório desenvolve-se na plataforma baixa a sudeste, em que a topografia, o programa e a forma dos limites da parcela definem a volumetria do edifício de dois pisos.

O projecto segue a lógica relativa à actividade laboratorial. Um núcleo central, contendo todos os elementos de circulação, infra-estruturas e espaços fechados, liberta o espaço do perímetro do edifício, permitindo localizar os principais espaços ao longo das quatro fachadas, desfrutando de luz natural e vista. Por sua vez, os espaços de apoio às actividades laboratoriais, incluindo o estacionamento dos veículos que transportam as amostras diárias para análise, estão localizados no piso da cave. A trajectória das amostras de água para análise determina a sucessão de espaços e a articulação do programa. As amostras são entregues na chegada e, em seguida, percorrem os outros sectores, onde são sujeitas às avaliações qualitativas necessárias. Além deste processo, o laboratório testa, igualmente, as amostras em materiais específicos, com ênfase principal no consumo humano. Por conseguinte, cada actividade define programaticamente os requisitos específicos para a ocupação do espaço. No entanto, características comuns podem ser encontradas em relação à proximidade e distância entre os diferentes espaços, à qualidade térmica e à luminosidade, ao nível de desinfecção na área imediata e circundante e ao controlo e acessibilidade de pessoas e materiais. O carácter denso e concentrado do edifício, resulta da optimização do programa que exige uma distribuição espacial com base na interdependência funcional.

Internamente, descrevem-se quatro corpos periféricos, com dimensões resultantes da modulação estipulada segundo o layout do laboratório tipo.  As circulações horizontais, de largura generosa de modo a permitir a circulação de carrinhos e pessoas nos dois sentidos, prolongam-se até à fachada separando-os do volume interiorizado, onde se inscrevem espaços que não exigem, ou mesmo impõem, a ausência de luz natural directa.

O edifício contacta, intermitentemente, com o exterior, na sua dupla pele, que resulta da necessidade de controlo de luminosidade dos planos de fachada, assegurado através de sistemas de oclusão e da especificação cuidada do vidro, que tem opções diferenciadas em função da exposição solar permitida.